15/12/07

Leandro Amaral - o combinado e o contratado

Parece que mais uma vez jogadores, empresários e dirigentes vão protagonizar uma comédia de erros. Leandro Amaral, eleito um dos melhores do campeonato brasileiro, está no centro das mais recente discussão envolvendo o cumprimento de um contrato.
Sem entrar no méritos de cada parte deste episódio (e são muitas), penso que é pertinente centrarmos a discussão nos aspectos que levam tantos jogadores e cartolas às vias extra-esportivas para rompimento de um contrato. Quando falo de extra-esportivas não me refiro apenas aos tribunais, mas toda a sorte de manobras envolvendo inclusive a mídia.
Acusações à parte é notório que apenas países do submundo do futebol tem se notabilizado por esta prática. Se olharmos para os principais campeonatos europeus não veremos casos similares.
Não sei se houve acordo verbal entre o jogador e os dirigentes, ou encontros secretos, condutas muito mais comuns do que imaginamos. Mas, se há manifesto interesse de Leandro Amaral em sair do clube sob determinadas condições por que não colocar isto preto no branco? O contrato é ou não é a manifestação de todas as exigências das partes? Por outro lado se há um acordo verbal porque não cumpri-lo e manter a palavra, ao invés de omitir o fato e cumprir apenas o escrito ?
Se o clube tirou o jogador do ostracismo e ele passou a brilhar desde então, foi por mérito, esforço e competência deste jogador. Se o jogador não colocou no seu contrato tudo aquilo que desejava, não o fez por culpa exclusiva sua. Portanto, não há que se cobrar o que não foi combinado, mas sim o que foi contratado.
A mim parece que há uma clara distorção no caráter de muitos que militam no futebol. A mesma distorção que faz com que o presidente do país chame de aloprados os seus colaboradores envolvidos em corrupção, ou mesmo os acordos espúreos dos senadores no caso da absolvição do presidente da casa. O futebol, assim como o país carece de uma dignificação dos seus representantes antes que, de tanto ouvirmos as mentiras deslavadas proferidas por eles, passemos a acreditar nelas.
Este imbroglio, mais um aliás, pode nos dar a oportunidade de elevar um degrau nas relações entre jogadore, clubes, torcidas, representantes e imprensa. Digo isso porque é hora de se ter mais responsabilidade pelos atos tomados. Contrato assinado. Contrato cumprido. Palavra dada. Palavra cumprida. Contrato rompido, aliciamento feito, a punição está prevista em código esportivo. Denuncia-se. Cada um com seu pedaço. Já é mais do que suficiente pra cuidar.
Gosto de um ditado que não sei o autor: "Deus deu uma vida pra cada um, pra cada um cuidar da sua".
Abraços,

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